O câncer de pele é um dos que mais atinge os
brasileiros anualmente. A médica Larissa Carvalho Severico, dermatologista do
Complexo Hospitalar Clinicanp, alerta para os cuidados preventivos e chama a
atenção para o foco da campanha “Dezembro laranja”. A iniciativa surgiu para
reforçar os cuidados básicos como a exposição adequada ao sol, o uso de protetor
solar e a importância da visita ao especialista pelo menos uma vez ao ano. Ela
lembra que este tipo de tumor pode ser evitado com a prevenção. “Qualquer pessoa pode desenvolver um câncer de pele, mas os mais propensos
são os de pele, cabelos e olhos claros”, observa. Outros fatores de risco são a
exposição solar exagerada e desprotegida ao longo da vida, episódios de
queimadura solar, presença de múltiplas pintas pelo corpo, indivíduos
imunossuprimidos e pessoas com história familiar de câncer de pele. “É
fundamental que tenham um acompanhamento mais frequente com o dermatologista”,
alerta.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) indicam
que em o câncer de pele no Brasil correspondeu a 27% de todos os tumores
malignos no país ao longo deste ano. Os carcinomas basocelular e espinocelular são os tipos mais frequentes, e começam
na camada externa da pele – epiderme, geralmente relacionados à exposição ao
sol. Eles são
responsáveis por cerca de 180 mil novos casos, enquanto o melanoma a 8,4 mil
novos casos anualmente. “Na verdade, esses números devem ser bem maiores, pois
a grande maioria dos casos não são notificados ou então não são diagnosticados”,
destaca Larissa.
Os dados são preocupantes, já que sua
incidência é maior do que cânceres de próstata, mama, cólon e reto, pulmão e
estômago. A visita regular a um especialista pode ser decisiva para conter o desenvolvimento
da doença, permitindo a investigação de lesões suspeitas e tomando providências
em tempo. O autoexame frequente facilita o diagnóstico e tratamento precoces,
mas somente um profissional capacitado poderá diferenciar as lesões de pele
benignas e malignas e direcionar a condução do caso. “É
importante realizar o exame das pintas com um aparelho que o dermatologista
costuma ter, que permite a visualização detalhada das lesões, facilitando o
diagnóstico correto”, observa a médica. A partir do exame inicial será
determinada a periodicidade das próximas consultas, de acordo com os fatores de
risco do paciente para desenvolver a doença. O “Dezembro laranja” serve de
alerta, já que é o mês de início do verão, estação onde os cuidados devem ser
redobrados. “É necessário evitar a exposição solar entre 10h e 16h e sempre utilizar
um filtro solar com FPS igual ou superior a 30, aplicando pelo menos duas vezes
ao dia, ou sempre após ter contato com a água”, complementa. Hábitos de rotina,
como o uso de óculos solar, roupas com proteção UV, bonés ou chapéus, são
ótimas iniciativas para prevenção.